sexta-feira, 9 de maio de 2008

O PODER DOS SUCOS

BEM-VINDO AOS SUCOS

"Meu mais sincero desejo é que esta aula mude a sua vida. A mudança poderá ser gradual ou rápida, perceptível ou espantosa. Mas, desde que você comece a incluir sucos frescos em sua alimentação diária, garanto que irá sentir-se e parecer melhor".

Esta aula tem como objetivo ajudar vocês a adquirir os hábitos alimentares saudáveis, à medida que for descobrindo a diversão e a criatividade que existe em fazer e tomar sucos. Por favor , note que não estou advogando uma mudança drástica em sua dieta alimentar, mas incentivando você a tomar sucos regularmente, como suplemente para usa alimentação diária.

Algumas doenças sérias podem ser minoradas, ou talvez evitadas, pelo hábito de tomar sucos frescos. Mas entenda bem : os sucos não são remédios. São apenas alimentos puros e nutritivos que oferecem ao corpo vitaminas e sais minerais que ele necessita para se manter saudável.

Faço questão de que você use os sucos do modo certo.. É importante não esquecer que sua dieta se tornará mais sadia, fácil e agradável no momento em que você incluir nela sucos frescos como base, todos os dias.

Há outra grande vantagem nos sucos : eles significam um excelente modo de perder peso de maneira natural, sem que se tenha a sensação de estar sendo privado de algo. Sucos de vegetais contém baixas calorias e são praticamente sem gorduras, têm ótimo gosto e satisfazem.

Acredito que, se você introduzir sucos em sua vida, irá contribuir para sua saúde cardiovascular, ampliar sua capacidade física, ajudar a baixar sua pressão arterial, dormir bem, ter mais energia e melhor saúde do que pode imaginar.

Quando ingerimos frutas frescas e hortaliças, nossos corpos retiram das suas fibras os líquidos de que precisam; em seguida essas fibras passam para o trato digestivo inferior. Tomando sucos, você elimina uma etapa do processo digestivo - extrair o líquido das fibras - e oferece ao seu corpo, com mais eficiência, os nutrientes de que ele necessita. O suco feito em casa é muito diferente dos sucos em garrafas, latas, caixas. Primeiro é absolutamente fresco, o que é importante, porque os nutrientes perdem muito de seu valor depois de algum tempo que o suco foi feito. Segundo, não é pasteurizado, "cozido", e suas células vivas, recebidas de maneira direta pelo organismo, garantem a boa saúde. Terceiro e último, o suco fresco é absolutamente puro, livre de aditivos e conservantes.

Para se ter uma idéia uma xícara de suco de cenoura contém nutrição equivalente a de 4 xícaras de cenouras cruas, picadas. Sucos frescos, que, se ingeridos imediatamente depois de serem feitos, contém cerca de 95% do valor alimentício da fruta ou hortaliça. Neste processo o organismo recebe os nutrientes necessários : vitaminas e sais minerais.

É importante compreender a diferença entre sucos de frutas e de hortaliças. As hortaliças são mais difíceis de digerir que as frutas; tendem a ser mais pesadas e demoram mais a serem assimiladas pelo organismo. No entanto, quando se toma o suco de uma hortaliça, o corpo absorve imediatamente as partículas alimentícias.

OS SUCOS MAIS IMPORTANTES

Todas as frutas e hortaliças tem papéis importantes a desempenhar para manter a saúde boa, porém alguns mais do que outros. Suco de cenoura e de aipo devem se tornar logo parte de sua dieta diária. O suco de maçã é o único suco que pode ser misturado com qualquer suco de hortaliça.

Folhas verdes, tais como espinafre, salsa, alface e brotos, são de importância vital. Sucos de frutas cítricas é uma excelente fonte de vitamina C, muito necessária para o nosso corpo.

TODOS OS BENEFÍCIOS DO SUCOS À SAÚDE

A grande quantidade de alimentos crus, livra o corpo de toxinas, dando-lhe sensação refrescante e tornando-o energizando e relaxado ao mesmo tempo. Os alimentos puros suavizam a pele, tornam os cabelos brilhantes, a respiração livre, e todo sistema orgânico fica tão regulado, que você não precisará ,mais se preocupar com ele. Gripes e resfriados diminuem e se tornam muito mais espaçados.

Pesquisas demonstraram que o beta-caroteno desempenha um papel importante na prevenção de muitas doenças. Em ação ele funciona como um antioxidante, neutralizando moléculas nocivas conhecidas como radicais livres. Ao fazer isto, o beta-caroteno protege a valiosa carga genética que existe em cada célula, para garantir sua saúde, diminuindo as possibilidades do envolvimento das doenças,

Hoje em dia a comunidade médica aconselha o consumo de mais hortaliças que contenha beta-caroteno para evitar certos tipos de câncer. Fontes : cenoura, agrião, couve-flor,espinafre, nabo, brócolis e abóbora.

A clorofila é um outro elemento que se demonstrou muito valioso para os seres humanos. Encontrada apenas nas plantas, a clorofila aparece no combate ao crescimento de tumores.

Estes são alguns modos pelos quais os sucos frescos de frutas e hortaliças podem melhorar a sua vida e ajudar a prevenir uma série de doenças.


ALGUMAS DICAS IMPORTANTES :

  • tome os sucos assim que ficarem prontos.
  • não armazená-los na geladeira para consumo posterior.
  • quando tomar suco de hortaliças trate de mastigá-los.

ALGUMAS RECEITAS BÁSICAS

coquetel antivírus 2 maças e 1 laranja

regulador noturno 2 maçãs e 1 pêra

purificador de sangue 3 maças e 8 morangos

anti-úlcera ½ tomate,100g repolho,2 talos salsão

exterminador de manchas 6 cenouras ½ pimentão verde

depurador do corpo 2 cenouras, ½ pepino, ½ beterraba

coquetel baixa-colesterol 5 cenouras, ½ maçã,1 pedaço gengibre

1 punhado de salsinha

digestivo especial 6 cenouras e 7 folhas espinafre

cabelos brancos 100g repolho,7 folhas espinafre

4 cenouras

evitar fadiga muscular 4 cenouras, 1 aspargo 1 talo salsão

coquetel estimulante energia 6 cenouras, 5 ramos salsinha

envelhecimento geral salsão, melancia, cenoura e salsinha

unhas quebradiças pepino

osteoporose cenoura, couve e brócolis

artrite repolho, salsão


RECEITA ESPECIAL

SUCO PELE DE CETIM: excelente para resfriados e náusea. Contribui para a suavidade da pele. É indicado para levantar o ânimo. É o verdadeiro suco do renascimento.

Ingredientes : 5 cenouras, 1 maçã e 1 pedaço de gengibre.

Fonte: http://www.saudevidaonline.com.br/artigo55.htm

Como falar de sexo com os filhos?

É no relacionamento afetivo com modelos parentais significativos, ou seja, pai e/ou mãe ou quem os substitua, que cada pessoa desenvolve seu papel de filho e vai assimilando o que é ser pai ou mãe. Essa experiência vai ter um peso relevante para que a pessoa se sinta ou mais à vontade ou mais inibida para se relacionar com os seus filhos no futuro, em especial, no que tange aos aspectos que envolvem a sexualidade na criação dos filhos, posto que despertam a vivência psicossexual que cada um dos pais experimentou durante o período de seu próprio desenvolvimento.

A história da sexualidade desvinculada dos tabus e de sua função reprodutiva ainda é recente sendo uma questão em que muitos pais encontram dificuldade para lidar com seus filhos. Portanto, diante do impacto que uma pergunta ou manifestação da sexualidade dos filhos possa provocar nos pais, é importante que, em primeiro lugar, esses últimos reconheçam que foram tocados em algum ponto frágil.

COMO FALAR DE SEXO COM OS FILHOS?

“É importante esclarecer que nenhum progenitor deve dissertar sobre sexo com seu filho, e, muito menos, sair pela tangente diante dessa situação, desconversando. Se a resposta disponível atender à dúvida do filho ou orientar para alguma manifestação da sua sexualidade, já é um bom começo. Se ocorrer aquele famoso “branco”, não há nada que desqualifique um pai ou uma mãe que pede para responder dali a pouco para o filho, argumentando que deseja encontrar uma forma esclarecedora de abordar melhor o tema ou a situação em questão”, afirma a Dra. Margareth dos Reis, Psicóloga e Terapeuta Sexual do Instituto H. Ellis e Doutoranda em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP.

Procurar retornar ao assunto antes que ele esfrie é um dever, aconselha a terapeuta sexual. “Pai e mãe devem se considerar os principais educadores para orientar, sexualmente, tanto o filho quanto à filha, lembrando que, em relação à criança deve-se responder exatamente ao que ela perguntou e procurar respostas mais completas quando a criança continua com as perguntas. Já com os adolescentes é essencial que os pais usem uma linguagem acolhedora e esclarecedora que permita uma interação simétrica entre eles. Isso facilita a transição do adolescente para a vida adulta. Além disso, a comunicação sem preconceitos ou julgamentos morais, seja com a criança ou com o adolescente, é uma excelente aliada para uma relação de confiança entre pais e filhos”, explica a Dra. Margareth dos Reis.

Esses são exercícios que ajudam no desenvolvimento necessário dos dois lados: dos pais que estão tendo a oportunidade de passar em revista os seus pontos frágeis e de se libertar deles nesse momento de suas vidas através dos filhos, e, dos filhos que estão desabrochando para o interesse sexual e se sentem acolhidos por pais que não se escondem de si mesmos.
Em relação à criança, as respostas não devem fugir às perguntas que ela faz para evitar despertar um interesse sexual precoce nela, a menos que a criança continue com perguntas, aí os pais devem procurar respostas mais completas.

P. ex.: Quando a criança pergunta o que é sexo. Os pais podem responder que é algo natural e prazeroso que envolve beijos e carícias no corpo, mas que só gente grande pode fazer. Se ela continuar querendo saber por que ela não pode fazer, os pais devem explicar que o corpo da criança não está preparado para fazer sexo, por isso ela tem que esperar o momento adequado para isso. Se ela lançar mais uma para os pais, do tipo “mas, eu já tenho namorado(a) na minha escola”, os pais devem explicar que o namoro nessa fase é uma brincadeira e que quando ela crescer vai ter liberdade para namorar como gente grande.

Quando os filhos estão se aproximando da adolescência, os pais devem abordar as mudanças físicas e emocionais que estão por acontecer com eles, como por exemplo, o que ocorre com a menina, a primeira menstruação, ou menarca como é chamada e o aumento dos seios. Nos meninos ocorrem as primeiras ejaculações espontâneas sem coito, o aumento do pênis e a mudança de voz. Essas e outras mudanças biológicas capacitam o indivíduo para a procriação. O interesse amoroso e a prática sexual surgem nessa época. A adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta, que envolve transformações emocionais, comportamentais e físicas iniciadas na puberdade e concluídas na vida adulta, de acordo com as influências culturais e sociais recebidas do ambiente no qual o indivíduo está inserido. Nessa fase do desenvolvimento é importante usar uma linguagem mais esclarecedora e acolhedora sobre a iniciação sexual e a prática sexual segura. As conversas sem preconceitos ou julgamentos morais permitem uma relação mais simétrica entre pais e filhos.

Toda conversa sobre sexo com os filhos pode ser acompanhada de livros didáticos, que ajudem a explicar melhor as dúvidas que eles possam ter, de acordo com a faixa etária deles. Os pais também podem aproveitar quando assistem às programações de TV com seus filhos para fazer comentários educativos sobre sexo quando aparecem cenas com conteúdo sexual.

Dra. Margareth dos Reis (Psicóloga e Terapeuta Sexual do Instituto H. Ellis e Doutoranda em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP)

Fonte: http://www.saude.com.br/site/materia.asp?cod_materia=123

Cuidados com os olhos

Os cuidados no uso de óculos escuros

O sol forte, típico de um país tropical como o nosso, não prejudica apenas a pele e os cabelos. Os olhos merecem também cuidados especiais. Isto porque os efeitos dos raios ultravioletas A e B são cumulativos e, quanto maior a exposição, maiores são os riscos com o passar dos anos.

Basta andar pela rua com um pouco mais de atenção, para perceber
a variedade de modelos nos rostos das pessoas. Mas será que eles realmente protegem?

A oftalmologista Dra. Fernanda Carneiro nos explica, quais os cuidados que devemos ter com os óculos escuros. Fala sobre a verdade e os mitos ligados ao assunto e nos dá, ainda uma orientação quanto ao uso correto de alguns medicamentos.

Óculos escuros realmente protegem os olhos?
A luminosidade em excesso causa ofuscamento e sensação de desconforto visual. Os olhos têm mecanismos naturais para minimizar a quantidade de luz que chega até a retina, que são o estreitamento da pupila e o fechamento reflexo das pálpebras. Os óculos escuros também são uma barreira importante neste processo, principalmente em pessoas que apresentam fotofobia (sensibilidade à luz).

Que tipos de filtro existem para lentes escuras?
Existem lentes coloridas (de várias cores e tonalidades) e lentes fotossensíveis, isto é, lentes que mudam de cor em função do grau de luminosidade. Elas escurecem quando há grande luminosidade e se tornam claras em ambientes com pouca luz.
É importante que as lentes coloridas, fotossensíveis, e mesmo as lentes completamente transparentes tenham 100% de proteção contra os raios ultra-violeta, pois estes são nocivos aos olhos, podendo causar, a longo prazo, a formação de catarata e até mesmo degeneração retiniana precoce.

Quais os problemas causados pelas lentes sem filtros?
Usar lentes sem filtros UV é como sair à rua sem filtro solar para a pele, ou seja, os efeitos dos raios solares cumulativos só aparecerão a longo prazo, não sendo possível perceber nenhuma alteração ocular imediatamente.

Há alguma contra-indicação para óculos escuros comprados em camelôs?
Os óculos escuros comprados em camelôs têm origem (fabricação) desconhecida, podendo causar distorções de imagens e desconforto visual após certo tempo de uso. Além disso, que garantia temos que essas lentes têm proteção UV?

Existe alguma maneira de saber se os óculos comprados em camelôs possuem filtros?
Já existem no mercado aparelhos que detectam a existência de filtro UV nas lentes. Algumas óticas já dispõem desse equipamento.

Quais as doenças que o uso incorreto dos óculos escuros causa?
Existe o mito de que o uso de óculos incorretos causa doenças oculares. Isso não é verdade. O que pode ocorrer é desconforto visual e dor de cabeça.

Quais os principais cuidados que se deve ter na utilização destes óculos?
Os óculos de procedência duvidosa ou desconhecida devem ser evitados. O ideal é adquirir óculos em óticas de confiança, pois essas especificam o fabricante.

Quanto aos medicamentos, como se usa corretamente o colírio nos olhos?
Os colírios devem ser usados sempre com orientação de um médico oftalmologista. Infelizmente em nosso país, é possível comprar colírios livremente, inclusive anestésicos, que nunca deveriam ser utilizados por leigos. Colírios usados indevidamente podem trazer prejuízos desastrosos como catarata, glaucoma e até mesmo lesões oculares irreversíveis.


Quando são receitados 2 colírios diferentes, qual é o intervalo entre eles?
Quando são receitados dois colírios diferentes o ideal é pingar apenas uma gota de cada um com um intervalo de 10 minutos ou mais. Porém como já foi mencionado, deve-se sempre seguir a orientação do médico.

Como se usa pomada nos olhos?
O uso correto de pomadas oftalmológicas é a sua aplicação entre a pálpebra inferior e o globo ocular, o que se consegue olhando para cima e puxando suavemente a pálpebra inferior para fora. Depois disso é importante que os olhos permaneçam fechados por alguns minutos.

Quais os principais cuidados que se deve ter no o uso de medicamentos para os olhos?
Quanto aos cuidados no uso de medicamentos para os olhos, deve-se sempre lavar muito bem as mãos antes de manuseá-los. É muito importante observar o prazo de validade. Além disso, de um a dois meses após aberto, o medicamento deve ser descartado (jogado fora), pois quando a medicação toca nos cílios ou nas pálpebras ela é contaminada por microorganismos próprios do olho que irão crescer e se multiplicar dentro do frasco do medicamento.

Fonte: http://www.saude.com.br/site/materia.asp?cod_materia=192

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Concentração

O ser humano é distraído por natureza. Quem consegue se concentrar numa boa é aquele que, mesmo sem querer, domina algumas técnicas para manter o pensamento no alvo certo, evitando uma série de problemas

por Michele Veronese

Um segundo, só um segundinho de vacilo e... o martelo erra o alvo, caindo em cheio sobre o dedo desavisado. Em inúmeras outras situações, tão cotidianas quanto essa, desviamos a atenção num átimo. Por que isso acontece? Os neurocientistas têm algumas pistas para responder à pergunta. Eles descobriram, por exemplo, que o cérebro é capaz de concentrar os esforços em uma só direção, mas aí basta um estímulo, qualquer um, para mudar de rumo a tendência vale para todo ser humano. Somos distraídos por natureza: é o olho que capta uma imagem, as narinas que absorvem um cheiro envolvente, os ouvidos que percebem um som distante... Isso tudo desperta memórias e sensações que levam a mente a voar.

A chave para entender a mania de se dispersar está em duas regiões do cérebro que vivem numa eterna queda-de-braço: o córtex pré-frontal, que fica logo abaixo da testa e é responsável por processar informações complexas, e o córtex parietal, localizado na parte médio-traseira e cuja função, entre outras, é interpretar as sensações táteis. Quando nos concentramos em algo, a oxigenação aumenta nessas duas áreas, explica o neurocientista Martin Cammarota, do Centro de Memória do Instituto de Pesquisas Biológicas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. É que ambas disputam nossa atenção, segundo um estudo de pesquisadores do MIT, o Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos.

O córtex pré-frontal entra em ação quando aplicamos nosso esforço em alguma atividade, enquanto o parietal é ativado caso uma distração tente nos fisgar. É o que acontece, por exemplo, quando você navega na internet para enviar um e-mail urgente mas vê com o rabo do olho uma notícia curiosa. O cérebro imediatamente dispara dois sinais diferentes, um logo após o outro. O mesmo ocorre quando tentamos escrever e conversar ao mesmo tempo ou dirigir e falar ao celular.

Para os cientistas, o desafio é descobrir como desligar uma dessas freqüências e deixar ativa apenas aquela que nos interessa em determinada situação. Segundo uma pesquisa realizada por psicólogos da University College London, quanto mais complexa uma atividade, maior a facilidade para se concentrar nela. A complexidade leva à motivação, um pré-requisito para preservar o foco, justifica o neurologista Benito Damasceno, chefe do Departamento de Neurologia da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, no interior de São Paulo.

Fonte:
http://saude.abril.uol.com.br/edicoes/0297/bem_estar/conteudo_275873.shtml?pagin=1

Homeopatia

Com o conceito de que o “semelhante cura o semelhante”, o alemão Samuel Hahnemann desenvolveu por volta de 1800 a homeopatia, uma terapia natural para a ineficiente e problemática medicina tradicional da época.

Na virada do século 19, pouco se sabia sobre as causas das doenças, o que levou Hahnemann a focar nos sintomas dos mesmos. Seus estudos demonstraram que um remédio para malária , quando tomado por um indivíduo saudável, produzia sintomas semelhantes a malária, fazendo-o concluir que o “ semelhante cura o semelhante”. Uma substância que causa certo sintoma deveria também curá-lo. Esta idéia já havia sido sugerida por Hipócrates na antiga Grécia. Devido ao fato de que grandes dosagens de muitas substâncias eram venenosas, ele passou a utilizar cada vez mais concentrações menores, chegando a máxima que quanto mais diluído a substância, maior será o seu poder de cura.

Produtos homeopáticos são soluções extremamente diluídas (normalmente 1 parte por milhão ou menos) oriundas de diferentes ervas, produtos animais ou químicos. Na maioria dos casos, são tão diluídos que se torna praticamente impossível detectar a origem dos seus princípios ativos em testes de laboratório.

Existem milhares de produtos homeopáticos, e seus benefícios cobrem praticamente todos os tipos de sintomas imagináveis. Como são produtos seguros, não há mal nenhum em se tomar os mesmos com o intuito de se evitar resfriados, dores de cabeça e indigestões. Estudos mostraram que determinados produtos homeopáticos são mais eficientes que remédios convencionais no tratamento de determinados tipos de alergias e asma. Não seria recomendado, entretanto, tomá-los como única e principal solução de cura para qualquer doença em estado grave.

Por
Equipe de jornalismo
Planeta Natural

Tratar a Doença ou o Doente?

Homeopatia


"Não pergunte que doença a pessoa tem mas que pessoa a doença tem", esta frase primorosa de William Osler traduz exatamente a diferença de abordagem terapêutica entre a alopatia e a homeopatia.

A alopatia ou medicina tradicional ocidental tem seu foco na patologia, é calcada num paradigma mecanicista, seu objetivo é consertar o "defeito" que faz a máquina corporal funcionar mal. Não que esta abordagem não seja bem intencionada nem tenha seu mérito, mas é por demais reducionista.

O corpo não é só uma máquina. O ser humano não é só corpo físico. Saúde não é só ausência de doença. O ser humano não é matematicamente previsível. Cada pessoa é única, é individual. As doenças nunca são iguais porque os seres que as contém são diversos.

Há muitos problemas advindos deste paradigma materialista da medicina tradicional. Por exemplo: existem muitas manifestações físicas que não conseguem ser enquadradas em nenhuma patologia. Não obstante, as pessoas sofrem com os sintomas e peregrinam por uma infinidade de especialistas sem resposta para seus sofrimentos, simplesmente por que o que eles sentem não se encaixa nas classificações.

O mais cruel é que, como não se trata de "uma doença", os pacientes têm a terrível sensação de que a culpa é deles, pois o que sentem " psicológico", é "frescura". Olha que confusão!

Do ponto de vista homeopático, a doença traduz um desequilíbrio e este pode se manifestar das formas mais peculiares possíveis. Saúde, por outro lado, é a capacidade de recuperação do equilíbrio, é um processo dinâmico, nunca estático.

Tratar é uma arte muito mais requintada do que supõe nosso senso comum. A doença é apenas uma parte, como a ponta visível de um iceberg cuja base enorme mantém-se submersa e invisível.

Por isso, num tratamento, o indivíduo como um todo (corpo, mente e alma) não pode, em hipótese alguma, ser desconsiderado, porque, não importa quão grave seja a sua patologia, o ser humano que a contém é sempre maior, mais complexo e mais importante que ela.

Nós, médicos e pacientes, temos que ter coragem e habilidade para mergulhar no oceano misterioso e profundo da natureza humana atrás da estrutura basal deste iceberg, só assim teremos a possibilidade de eliminá-lo por completo, e então, verdadeiramente curar.

Por
Dra. Marta Tornavoi de Carvalho
Homeopata

Plantas medicinais diuréticas

As plantas diuréticas têm a propriedade de eliminar líquidos em excesso no organismo, ajudam no processo de detoxificação pelos rins e ajudam no tratamento de afecções urinárias tais como disúria, litíase e infecções urinárias em geral. Eles também são usados para várias condições de doença associadas com envelhecimento, congestão linfática, doença de pele, doenças venéreas e reumáticas. Além disso, aumentam a diurese, ajudam na purificação do sangue e são úteis em casos de infecções, icterícia e hepatite. Estas plantas ajudam a drenar o calor úmido e podem ser úteis no tratamento de doenças febris. Como o excesso de líquidos na cavidade abdominal pode debilitar o poder de digestão, algumass são úteis para desordens gastrointestinais, inclusive diarréia.
De acordo com Ayurveda, as plantas diuréticas tendem a reduzir kapha (água). A maioria tende a reduzir pitta (fogo) pela sua capacidade para eliminar o calor úmido. Porém, eles normalmente aumentam vata (ar) e, assim, devem ser usadas com cuidado em indivíduos que sofrem de desordens nervosas ou doenças debilitantes (vata aumentado).
Segundo o Ayurveda, a ação das plantas diuréticas sobre os rins não só representa uma terapia importante porque trata doenças, mas também porque mantém a boa saúde: purifica o elemento água e previne a formação de toxinas. São usadas em Ayurveda por tratar dor lombar, ciática e desordens de rim.
A terapia diurética é uma forma de terapia de ataque, como a purgação, porém menos forte. Como tal, deve ser usada com cuidado diante de uma quadro de deficiência.
As plantas que escolhemos desta categoria são: quebra-pedra, chapéu de couro, cavalinha, dente de leão, coentro e cabelo de milho.

1. QUEBRA-PEDRA
Phyllantus niruri

Nomes populares: sarandí, sarandí branco
Parte usada: folhas; uma maior proporção de princípios ativos é encontrada em plantas com mais de 2 anos de vida. Na India é comum utilizar-se a planta toda com fins terapêuticos.
Energia: fria
Ação sobre os doshas: diminui KP, aumenta V
Propriedades: desobstrutiva, diurética, adstringente e refrescante.
Ações: diurética, adstringente e refrescante.
Indicações: hepatite, gota, cálculos urinários e hepáticos, colelitíase, edemas, diabetes, azia, prostatite
Contra-indicações: gravidez, amamentação

Arbusto originário do sul do Brasil, nordeste da Argentina, Paraguai e Uruguai, podendo atingir quatro metros de altura, mas é comum em toda a Índia central e sul, indo até o Sri Lanka. Há poucos dados históricos sobre o uso desta planta na época da ocupação espanhola, mas a partir do século XIX começou a ser tradicionalmente utilizada no Rio da Prata por ser antidiabética e eliminadora de cálculos renais.
O quebra-pedra é extensamente utilizado na medicina popular como antidiabético, fazendo-se a decocção do córtex ou da planta inteira e tomando-se 2 a 3 copos/dia. A infusão das folhas (1%) também é empregada para este fim. Como diurético aconselha-se a ingestão da infusão combinada do córtex e das folhas. A infusão dos caules foliáceos é recomendada como purgante, antiictérico e antiséptico de lesões ulceradas. Aqui no Brasil o quebra-pedra é largamente utilizado como diurético, antiespasmódico e analgésico.
Uma decocçâo em leite da planta é administrada na icterícia e pode ser dada pela manhã e à noite. A planta toda também é empregada em algumas formas na hidropsia, gonorréia, amenorréia e outras afecções semelhantes. Brotos novos e tenros são administrados na forma de infusão para disenteria crônica. O suco do caule, misturado com óleo, é usado em problemas oculares. A planta, triturada com a raiz e misturada com água de arroz, é usada como cataplasma para úlceras, ferimentos e inchaços. Um cataplasma das folhas, com sal, cura coceira e outras afecções da pele. Como amargo estomacal, é útil na dispepsia.

2. CHAPÉU DE COURO
Echinodorus macrophyllum

Nomes populares: chá-da-campanha, erva-do-brejo, erva-do-pântano.
Parte usada: folhas
Energia: fria
Ação sobre os doshas: diminui KP, aumenta V
Ações: Energética, diurética, depurativa, anti-reumática, laxante, hepática, colagoga, antinflamatória e adstringente.
Indicações: doenças renais e das vias urinárias, arteriosclerose, reumatismos, afecções cutâneas, problemas do figado. O chá das folhas é bom para curar tosse, gripes, resfriados.
Contra-indicações: não há referência na literatura consultada.
Efeitos adversos ou tóxicos: o uso em excesso funciona como diurético e hipotensor.

O Chapéu-de-couro cresce espontaneamente em várias regiões do Brasil, preferindo solos de várzeas ou águas pouco profundas. No interior do Brasil é uma planta muito apreciada pela medicina popular, que lhe atribui inúmeros poderes terapêuticos.

3. CAVALINHA
Equisetum arvensis

Nomes populares: colla de caballo
Parte usada: partes aéreas
Energia: fria
Ação sobre os doshas: diminui KP, aumenta V
Ações: diurética, hemostática, remineralizante, sebostática, antiinflamatória, anti-acne, cicatrizante, adstringente, abrasiva, tonificante e revita1izante. Por suas propriedades adstringentes e detergentes (saponinas) pode atuar como coadjuvante no tratamento externo da acne.
Indicações: afecções dos brônquios e pulmões, ósseas (incluindo osteoporose), afecções articulares, hemorragias internas, úlceras gástricas, epistaxe, hipertensão, menstruação excessiva, enfermidades renais e das vias urinárias, incontinência urinária noturna em crianças e idosos, alterações prostáticas, celulite, aterosclerose; externamente: frieiras, feridas, aftas, úlceras varicosas, tonifica e revitaliza unhas, peles secas e senis; fitocosmético: acne, queda de cabelos.
Contra-indicações: os alcalóides podem induzir uma ação anticolinérgica e tóxica, razões pelas quais deve-se evitar o uso durante a gravidez.

Originária da Europa, seu nome latino deriva de "equi" =cavalo e "setum" = cauda. Seus talos verdes conferem-lhe o aspecto de uma pequena árvore de natal. A cavalinha, conhecida também como equiseto, é uma planta perene que não possui flores e conseqüentemente, sementes.
A cavalinha tem sabor levemente salgado e amargo e cresce em locais próximos a água. O chá de cavalinha é fortalecedor para todo o organismo.

4. DENTE-DE-LEÃO
Taraxacum officinalis

Nomes populares: amargón, taraxacón, achicoria amarga, almirón, pelosilla, dandelion (ingl), serralha (port), piss en lit (franc), soffione (ital).
Parte usada: rizoma (pricipalmente) e folhas.
Energia: fria
Sabores primários: amargo, doce
Vipaka: picante
Ação sobre os Doshas: diminui PK, aumenta V
Ações: alterativo, diurético, litotríptico, tônico, laxante, colagogo.
Indicações: distúrbios hepáticos, icterícia, pedras de vesícula, adenomegalias, câncer de mama, hepatite, diabetes, edemas, úlceras
Contra-indicações: Vata alto, obstrução biliar, íleo paralítico. A administração desta planta na gravidez, nas doses usuais, não demonstrou apresentar qualquer tipo de problemas tóxicos ou tearatogênicos.

A denominação dente de leão faz alusão à forma de suas folhas recortadas em forma de dentes agudos e curvos. O dente de leão é uma planta originária da Europa e Ásia. É principalmente uma planta desintoxicante para Pitta e Ama aumentados. É específico para problemas relacionados ao sistema respiratório, glândulas mamárias, feridas de tórax, tumores, cistos, supressão de lactação e linfadenomegalias. Clareia e limpa o fígado e a vesícula biliar e dispersa o acúmulo e a estagnação de Pitta.
A raiz de dente-de-leão combina bem com raiz de chicória como uma bebida de anti-Pitta (uma pitada de cada uma num quarto d´água fervida por vinte minutos). Esta mistura pode ser consumida três vezes por dia com as refeições. O dente-de-leão é bom para desintoxicação quando a dieta habitual é à base de carne e gordura.

Curiosidade:
As flores do dente de leão se abrem às cinco da manhã e fecham ao cair da tarde, razão pela qual esta planta também é chamada de relógio de pastor. Há também uma crença de que se as sementes saem voando quando há vento é sinal de chuva iminente. Assim, são conferidas ao fruto propriedades divinatórias: quando sopradas, as sementes que caem podem indica os anos de vida de uma pessoas ou o número de descedentes…

5. COENTRO
Coriandrum sativum

Nomes populares: coriandro, cilantro, culantro, coriander (igl), coriandolo (ital), coriandre (fran)
Parte usada: frutos maduros (sementes), planta fresca
Energia: fria (folhas), neutra (sementes)
Sabor primário: amargo, picante
Ação sobre os doshas: harmoniza VPK
Ações: diurética, aromática, estimulante, carminativa, colagoga, tônica, refrescante e afrodisíaca.
Indicações: o coentro é específico para fortalecer o trato urinário (tanto as folhas quanto as sementes podem ser utilizadas na forma de infusão para tratamento das infecções), problemas digestivos em geral.
Contra-indicações: não é seguro o uso do coentro durante a gravidez e a amamentação

Esta planta é cultivada largamente em toda a India a partir de suas sementes. As sementes de coentro são um remédio doméstico bom para muitas desordens de Pitta, particularmente as do trato digestivo e do sistema urinário. O coentro é muito usado como tempero; é um agente digestivo efetivo para condições de excesso de Pitta nas quais a maioria dos temperos está contra-indicada ou deve ser utilizada com precaução. O suco fresco da planta, para uso interno, é eficaz contra alergias e febre do feno. Pode ser usado também externamente para erupções cutâneas, coceira e inflamação (uma colher de chá três vezes por dia). Outras propriedades: provoca a mentruação e é vermífugo.
O cominho apresenta propriedades semelhantes ao coentro, funcionando como um antídoto para alimentos de qualidade quente e picante (ex: tomates, chilies, etc.); aumenta a digestão e a absorção e é bom para diarréia e disenteria. O coentro, as sementes de funcho e o cominho são freqüentemente usados juntos para desordens digestivas, principalmente por aumento de Pitta, e também combinados em várias formulações para promover a assimilação das outras plantas.
Os frutos são geralmente utilizados corno condimento, como flavorizante em purgantes e para prevenir cólicas. Eles disfarçam o sabor e o aroma do ruibarbo e de senna melhor que qualquer outra droga. O óleo é utilizado na lnglaterra, na cozinha e para dar aroma ao gim; é muito útil para cólicas devido a flatulência, reumatismo, nevralgia, etc. Nestes casos deve-se tomar 1 a 4 gotas de óleo, 3 vezes ao dia. A fruta seca também apresenta efeitos similares. Ë geralmente utilizado na forma de infusão para dores de garganta, flatulência, indigestão, vômitos e outras desordens intestinais, catarro. Em combinação com cardamomo e cominho forma um bom carminativo. As sementes são geralmente mascadas para corrigir odores desagradáveis da boca, constituindo um dos principais ingredientes flavorizantes nos "curries". As sementes torradas são úteis em casos de dispepsia; uma decocçâo forte em leite com acúçar adicionado à gosto e dada em casos de dispepsia, indigestão e flatulência; infusões frias das sementes ou pó das sementes fritas com açúcar são muito úteis em casos de cólicas em crianças e também para aliviar o calor interno e a sede. O coentro é considerado como redutor do efeito de intoxicação causado por bebidas alcoólicas, e é utilizado como carminativo na convalescência após diarréia. As folhas verdes são comidas cruas, assim como são utilizadas na preparaçao de molho "chutney", semelhante às folhas de hortelã, que são úteis como carminativo e antibiliar.

Receita com Coentro

Usar a mesma quantidade de sementes de coentro, sementes de cominho, pimenta do reino e sal.
Tostar os dois primeiros e misturar à pimenta do reino e ao sal. Colocar essa mistura em suco de limão, deixando repousar por 2 dias. Passado esse tempo, coar/filtrar a mistura e colocar a parte sólida ao sol, durante o dia, guardando o suco/sumo do limão. À noite, colocar a parte sólida novamente no limão e dar continuidade ao processo, até que o conjunto esteja ainda úmido, mas não molhado demais. Este preparado tem efeito digestivo e carminativo

6. MILHO
Zea mays

Nomes populares: maíz, paizo, maize ou corn silk (ingl), granturco ou mais (ital), mäis (fran), mais (alem), mayi (Haiti e Martinica).
Parte usada: estilete e estigmas (cabelo)
Energia: neutra/fria
Sabor primário: doce suave
Ação sobre os doshas: diminui PK, aumenta V
Ações: diurético (é a principal), litotríptico, colagogo
Indicações: gota, edemas, cistite, uretrite, litíase urinária (fosfatídica, oxálica e úrica).
Contra-indicações: gravidez, síndrome nefrótica, tromboflebite aguda, hiperviscosidade sanguínea.

O milho é uma planta herbácea de alto porte, podendo chegar a 2,5 metros de altura. Seria originário da América do Sul, mas é cultivado em todo mundo, sendo os Estados Unidos o principal produtor. Juntamente com o arroz e o trigo, são os principais alimentos vegetais da humanidade.

Por
Associação Brasileira de Ayurveda
Curso de Ayurveda

Fitoterapia Ocidental

A fitoterapia é o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura de doenças. Ela combina os ensinamentos do oriente com as tradições indígenas e remédios populares, complementados pela pesquisa científica moderna.

Na China, surgiram os primeiros registros da fitoterapia em 3000 A.C., quando o imperador Cho- Chin- Kei descreveu as propriedades do ginseng e da cânfora.

Uma das vantagens da utilização da Fitoterapia, é a possibilidade de se utilizar uma única erva para tratar diferentes males ao mesmo tempo.

É muito importante conhecer cada detalhe da planta a ser utilizada, já que às vezes, diferentes partes de uma mesma planta servem para tratar diferentes males, além de existirem ervas tóxicas e combinações de ervas que não são aconselhadas.

As diferentes maneiras de preparo de plantas medicinais são: cataplasmas, xaropes, ungüentos, infusões (chás), sucos, compressas, banhos e cápsulas. Uma vez conhecendo as plantas e sabendo prepará-las, pode-se aplicar a Fitoterapia em casa.

Mais aspectos da Fitoterapia Ocidental serão abordados em outros artigos.

Por
Equipe de jornalismo
Planeta Natural

Uma introdução à acupuntura


Agulhas que curam

A Medicina Chinesa é, a arte de tratar e prevenir doenças e teve sua origem na China há cerca de cinco mil anos.

Possui vários recursos terapêuticos, mas as mais importantes são a Acupuntura e a Moxa.

A Acupuntura trata as doenças por meio de agulhas, que inseridas em determinados lugares do corpo ( pontos de Acupuntura ), e aplicando certos meios de manipulação, pode curar uma enfermidade.

A Acupuntura atua pela estimulação do fluxo de energia do corpo, permitindo que o corpo se equilibre e cure a si mesmo.

Vamos abordar todos os aspectos da acupuntura em nossos próximos artigos.

Por
Dra. Helena Santos Lima
Especialista em Medicina Tradicional Chinesa- Acupuntura pela Universidade Federal de São Paulo.

Perguntas e respostas sobre acuputura


1)O que é a acupuntura?

A acupuntura é um dos procedimentos que fazem parte da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), os outros são: dietoterapia (Alimentação), os exercícios (Tai Chi Chuan, Qi Gong, Lian Gong, etc), as massagens (Tui Na, Shiatsu, etc) e fitoterapia (ervas). Podemos de uma forma geral também incluir Astrologia Chinesa e o Feng Shui neste contexto. A acupuntura tem suas bases em 3 filosofias ancestrais: o Budismo, o Taoísmo e o Confucionismo. No Brasil foi reconhecida como especialidade médica em agosto de 1995. A técnica em si consiste em estimular certas regiões anatômicas denominadas pontos de acupuntura. O estímulo pode ser feito de várias formas, com agulhas, com impulsos elétricos, com calor (moxa) ou com raio laser.Como se observa os são mais ou menos invasivos daí a necessidade de um conhecimento de anatomia para que não ocorra nenhum dano ao paciente.

2)A acupuntura é um tratamento doloroso?

Sim e não. As agulhas mais usadas têm mais ou menos a espessura de um fio de cabelo, cerca de 10 vezes mais fina que uma agulha comum de injeção. Um dos fatores que podem provocar dor é a inserção da agulha fora do acuponto. Embora a inserção não precise ser no local exato mesmo porque o ponto sofre pequenas oscilações de posição, mas não deve ser feita muito fora da região do ponto. Se a inserção da agulha é feita de forma muito agressiva também pode provocar dor. A manipulação da agulha também costuma ser dolorida, e no geral não é necessária. Excetuando-se estas condições, a aplicação das agulhas costuma ser quase indolor.

3)A acupuntura é um método seguro?

A acupuntura desde que praticada por uma pessoa capacitada é um método seguro e sem efeitos colaterais. Geralmente os transtornos que ocorrem numa sessão de acupuntura estão mais ligados à falta de conhecimentos anatômicos, fisiológicos e clínicos quem está aplicando as agulhas.

4)A acupuntura pode transmitir doenças?

A acupuntura é um método invasivo logo existe um risco embora muito pequeno de contaminação.Mas hoje em dia com o uso de agulhas descartáveis ou individuais o risco de contaminação praticamente desaparece.Outro dado importante é que a agulha utilizada é do tipo fechada o que impossibilita o acúmulo de qualquer substância no seu interior. Na literatura médica são extremamente raros os relatos de casos de infecção por acupuntura.

5)Ocorre algum tipo de sangramento durante a sessão de acupuntura?

Eventualmente pode ocorrer um pequeno sangramento por lesão de micro-vasos. Estes pequenos sangramentos se resolvem apenas com pressão local. Outras vezes ocorre um sangramento bastante escuro que é o sangue que estava estagnado dentro do meridiano.

6)Qual a freqüência das sessões?

Nos casos de desequilíbrios crônicos geralmente as sessões são semanais. Os esquemas de tratamento nestes casos preconizam ciclos de tratamento, cada ciclo é composto de 10 sessões, logo um tratamento típico de acupuntura dura cerca de 3 meses, podendo ser ampliado se necessário. Nos casos agudos e/ou dolorosos a freqüência pode ser diária ou em dias alternados até o desaparecimento do quadro, neste caso não existem os ciclos de tratamento, são terapias mais breves.

7)Como é uma sessão de acupuntura?

Geralmente a sessão é feita após uma consulta onde vão ser feitos diagnósticos através da face, pulsos, língua e queixas do paciente, é uma consulta um pouco diferente da que ocorre na medicina convencional. Normalmente a colocação das agulhas é feita por todo corpo e pede-se que o paciente venha com roupas confortáveis e que facilitem a exposição das áreas onde vão ser aplicadas as agulhas. As sessões são feitas com a pessoa deitada, mas pode ser feita também com o paciente sentado. As sessões em média duram cerca de 30 minutos, podendo ser aumentadas ou diminuídas em função do estado da pessoa naquele momento.

8)Qual o mecanismo de ação da acupuntura?

Este é um tema que durante todos estes séculos praticamente não foi discutido, se sabia que a acupuntura funcionava e isto era o suficiente. Nos últimos anos com a chegada da acupuntura ao ocidente, começaram os questionamentos (que foi precedido pela ignorância e pela ridicularização) e nas ultimas décadas começaram a surgir as pesquisas cientificas. A teoria mais aceita hoje é a neuro-imuno-endrócrina. A agulha estimula as terminações nervosas dos músculos que mandam sinais para o sistema nervoso central que por sua vez libera neurotransmissores (endorfinas). No sistema nervoso central o estímulo da acupuntura se da em 3 níveis distintos: o medular, o mesencefálico e o hipotalâmico. A estimulação do eixo hipotálamo-hipofisário provoca a liberação de beta-endorfina. Esta liberação por sua vez leva a produção da mesma quantidade de cortisol, que atua em processos inflamatórios em geral. No nível do mesencéfalo os neurônios são estimulados e liberam serotonina e norepinefrina que inibem o impulso doloroso a nível medular. E finalmente no nível medular os interneurônios da substância gelatinosa liberam dinorfina e bloqueiam o impulso doloroso que se propaga pelas fibras aferentes nociceptivas Existe ainda um outro mecanismo pouco estudado pela ciência ocidental que é a captação da energia do céu e da terra pelo ponto de acupuntura, que na realidade é o que está na origem da teoria da acupuntura. .

9) A acupuntura pode provocar efeitos ou reações colaterais?

Não. No geral pode ocorrer uma sensação de relaxamento durante e logo após a sessão. Se a sessão for muito longa a pessoa pode sentir-se um pouco zonza, mas logo ao andar passa. Após as sessões, muitas vezes ocorre um aumento da diurese. Algumas pessoas podem ter o aparecimento de algum tipo de eliminação como corrimentos vaginais, diarréias ou coriza, que significam uma eliminação do organismo que param com a seqüência do tratamento. Existe também um efeito colateral muito agradável, que é a sensação de bem estar que permanece por alguns dias após a aplicação, que está ligado a liberação das endorfinas.

10) Que cuidados devem tomados antes e após as sessões?

Antes das sessões é interessante que a pessoa não esteja nem em jejum muito prolongado e nem ter comido em excesso. È conveniente que se abstenha de relações sexuais e atividades físicas muito intensas. No período de cerca de 1 hora após a sessão é necessário evitar tomar banhos ou atividades na água. Estas restrições não são de forma nenhuma absolutas, são apenas recomendações para que se obtenha o máximo resultado do tratamento.

11) Quais doenças podem ser tratadas com a acupuntura?

Em princípio todas as desarmonias da nossa saúde podem ser ajudadas pela acupuntura. De uma forma geral as patologias que estão numa fase energética ou funcional (depressão, ansiedade, stress, insônia, enxaqueca, gastrite, distúrbios da menstruação, asma, rinite, sinusite, bronquite, entre outras) tendem a ser curadas e as doenças lesionais (tumores malignos) apresentam melhoras, mas nem sempre são curadas, e não devem ser tratados apenas com a acupuntura.

12) A acupuntura é compatível com outros tratamentos?

Totalmente. A acupuntura pode ser feita isoladamente ou concomitantemente a outros tratamentos, como homeopatia, fitoterapia, florais e mesmo os tratamentos da medicina convencional. Na experiência diária percebemos que a acupuntura atua no sentido de diminuir a duração dos outros tratamentos.

Dr. Fábio Pisani

Por
Fábio Pisani
Médico Acupunturista

Acuputura nas mãos

Acupuntura Coreana nas Mãos
Método Comprovado

Acupuntura Coreana nas Mãos - Koryo Sooji - foi desenvolvida pelo mestre Dr. Tae Woo Yoo e utiliza o princípio da existência nas mãos de um micro-universo que corresponde a todo o corpo. Sendo desta forma, as funções corporais podem ser controladas através mão. De acordo com a teoria, existem 14 micro-meridianos e 345 pontos de acupuntura nas mãos. Estimulando-se estes pontos pode-se equilibrar as funções energéticas em todo o Corpo Humano.

Toda a teoria da Medicina Tradicional Chinesa ( Yin-Yang, Cinco Elementos, Orgãos internos Zang-Fu etc..) pode ser utilizada na prática da Acupuntura Coreana nas Mãos.

O método: utiliza-se de pequeninas agulhas, apongs (chapinhas metálicas), moxinhas (aquecimento) etc., Sendo bastante prático, indolor, seguro e de resultados efetivamente poderosos no tratamento de desequilíbrios energéticos (doenças) de quaisquer natureza.

Por
Roberto Martins
Instituto Isvara de Campinas
isvara@isvara.com.br

Cuidados com sua boca

ESCOLHA DA ESCOVA DENTAL

Ela deve ser sempre macia, seja para uso de crianças ou adultos. Escova de cerda média ou dura maltrata a gengiva, fazendo com que esta gengiva vá se retraindo e expondo a raiz do dente o que causa dor. O adulto pode também usar escova infantil. A cabeça pequena desta escova facilita a escovação principalmente dos dentes posteriores. Uma escova dental não é para a vida toda: deve ser trocada em média a cada 2 meses ou tão logo ela se deforme.

CREME DENTAL

Existem hoje no mercado os mais variados tipos de combinações. Recomenda-se muito cuidado com aqueles que possuem materiais abrasivos (ditos para clareamento dos dentes). Eles podem causar verdadeiros desgastes prejudiciais. Pastas dentais com sabores podem ser usadas para incentivar a criança a escovar seus dentinhos.

Como os cremes dentais costumam causar ardência na boca, a pessoa não escova direito porque quer se ver livre depressa daquele ardor. Para evitar isto, basta que coloque na escova, só um pouquinho da pasta pois o mais importante é o trabalho da escova e não a pasta.


FIO DENTAL

É de grande utilidade na limpeza dos espaços entre os dentes onde a escova não consegue atingir. Deve ser usado após toda escovação. Ele e a escova são imprescindíveis para que não se instale o tártaro. Existe o fio e a fita dental, a diferença está apenas na largura.

LÍNGUA

Por incrível que possa parecer, poucas pessoas sabem que a língua precisa também ser escovada. O mau hálito vem também de depósitos de alimentos na língua. Olhe sua língua no espelho: se ela estiver branca, não está limpa. Língua sadia é vermelha.

DOCES

Afinal deve-se ou não comer doces?! O açúcar é necessário para o organismo, razão por que doces, chocolates, etc. podem ser ingeridos. Apenas é preciso observar que, não é tão importante a quantidade de doces mas o tempo que eles permanecem na boca.

Isto quer dizer o quê? Doces devem servir apenas como sobremesa, ou seja, somente após as refeições porque os dentes serão escovados em seguida. Dois tabletes de chocolate, por exemplo, se ingeridos nos almoço ou no jantar, não trazem o mesmo malefício que um único chiclete mastigado o dia todo. Neste último caso o açúcar permanece muito tempo na cavidade oral e, sem dúvida, os dentes serão afetados. A mamadeira, por exemplo, quando dada à criança na hora de dormir (pior ainda se estiver adoçada com açúcar), é um verdadeiro desastre para os dentinhos já que o açúcar vai agir por 6 a 8 horas, provocando o que é conhecido como "cárie de mamadeira".

EXTRAÇÃO DE DENTE (cuidados posteriores)

A Odontologia hoje está tão adiantada que poucas vezes um dente precisa ser extraído. Existem inúmeros recursos para evitar a avulsão do dente. Suponhamos, porém, que por alguns motivos é feita a indicação da extração. Como proceder após esta cirurgia? No dia da extração e no dia seguinte deve-se adotar 3 condutas básicas:

  1. Não colocar nada quente na boca (o calor provoca hemorragia). Somente frio ou gelado.
  2. Não fazer bochechos com nada, nem com água (o bochecho pode remover o coágulo, que é responsável pela cicatrização, e com isto ocasionar hemorragia)
  3. Alimentação: para evitar que algum alimento caia na cavidade recém aberta, recomenda-se nestes dois dias ingerir apenas líquido frio.

Havendo hemorragia após uma extração dentária, a conduta deve ser: fazer um rolo com uma gaze estéril, colocar na cavidade que sangra e morder em cima por 15 minutos. Se parar é porque era apenas um sangramento, considerado até normal. Se o sangue continuar jorrando após este tempo, é preciso de imediato procurar um hospital ou pronto-socorro para tomar uma injeção anti-hemorrágica.

BRUXISMO

Este nome feio é dado para o hábito de ranger os dentes. Este hábito costuma se intensificar à noite e é bastante prejudicial pois provoca grandes desgastes nos dentes. Costuma estar associado a stress, problemas emocionais. No que se refere à parte odontológica, é feita uma placa que é usada especialmente à noite. Esta placa inibe o movimento do bruxismo.

GENGIVA QUE SANGRA

É comum o paciente chegar ao consultório, alegando uma série de causas para o sangramento da sua gengiva. Não adianta inventar desculpas. A verdade é apenas uma: a gengiva só sangra quando não se escova direito os dentes. É o aviso que o organismo dá. Caso não se tome os cuidados devidos, o sangramento para só que começa um processo muito mais grave e que pode até fazer com que o dente não se sustente mais e caia.

É tão fácil manter a saúde de sua boca: use direito a escova dental!

Dra. Lúcia Nagib Kfouri
Cirurgiã Dentista

Fonte: http://www.saudetotal.com/artigos/saudebucal/cuidadosboca.asp

terça-feira, 6 de maio de 2008

CÉLULAS-TRONCO

Nos últimos anos o assunto “células-tronco” tem sido muito debatido, e é objeto freqüentemente exposto na mídia. Como a maioria das grandes novidades, esta área está sendo superestimada se for considerada a realidade atual, entretanto não há dúvidas de que as suas potencialidades são enormes, e pode-se esperar um novo tipo de Medicina a partir da evolução dessas pesquisas. Na verdade, o que se tem hoje é uma série de perspectivas e os resultados obtidos nas experiências em animais de pequeno porte não podem, ainda, ser extrapolados para a espécie humana. Experiências clínicas têm, entretanto, mostrado resultados alentadores.

Os diferentes tecidos são formados por células com características diversas. Por exemplo: o tecido muscular está constituído por células especializadas em contração, os miócitos. O tecido ósseo está constituído por osteoblastos, o tecido nervoso por neurônios, e assim por diante.

Quando uma das primeiras células do embrião sofre uma mitose e se divide, as duas células resultantes têm a mesma constituição genética e as mesmas características. A embriogênese progride com a contínua multiplicação das células, aumentando o número das mesmas e o tamanho do embrião. O interessante é que dentro da célula mais primitiva, o zigoto, existe informação suficiente para que, na medida em que essas células forem se dividindo, aos poucos ocorra uma diferenciação, originando diferentes linhagens que formarão diferentes tecidos como: muscular, ósseo, nervoso, etc.

No interior do núcleo desta célula primitiva existe uma bagagem gênica completa, com capacidade de transmitir as informações necessárias para toda a vida do futuro ser que esta célula originará. Em um determinado momento, nesta contínua série de divisões mitóticas, inicia um processo denominado diferenciação celular. Este processo é de extrema importância pois permitirá que novas linhagens celulares passem a existir e já iniciem a estruturação de um complexo organismo. Este fenômeno de diferenciação celular permite, em última análise, que a célula resultante da divisão seja diferente da antecessora.

Durante muito tempo, os biólogos ensinavam a mitose como sendo a divisão de uma célula em duas exatamente iguais. Há relativamente pouco tempo, com os novos entendimentos propiciados pela moderna biologia celular, foi sendo definido um novo tipo de mitose. A mitose assimétrica. O conhecimento desta mitose assimétrica permitiu a ideação de um tipo de célula com características especiais. Esta célula ao se dividir origina uma célula que se diferencia e outra que mantém as mesmas características da original. Desta maneira, ela pode se diferenciar em outra, ao mesmo tempo em que pode manter suas características primordiais. Esta manutenção de características permite, no organismo adulto, que haja um grupo de células que ainda mantêm características ancestrais, ou precursoras, ou tronco. Por essa razão são denominadas células-tronco.

Este fato, que constantemente está ocorrendo em nosso organismo, possibilita um processo reparatório fantástico, fazendo-nos prever sua utilização em oportunidades diversas. Este fenômeno da diferenciação, ou não, das células no processo divisório, acrescido da existência, no adulto, de células precursoras, permite uma multiplicidade de situações que necessita avaliação detalhada, objeto desta revisão inicial.

Existem na atualidade discussões éticas de grandes proporções que necessitam ser abordadas ao se estudar as células-tronco. Serão avaliadas pormenorizadamente no decorrer desta análise.

FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Após a fecundação, a célula formada é denominada zigoto. O zigoto é uma célula totipotencial, ou seja, tem a capacidade de originar todo o indivíduo, com a sua complexa estruturação diferenciada.

Depois das primeiras divisões celulares, as células resultantes são também totipotenciais. Se estas células se separarem, a continuidade de desenvolvimento de cada uma independentemente dará origem a gêmeos idênticos ou univitelinos, provando sua totipotencialidade.

No decorrer da embriogênese, na medida em que ocorrem sucessivas mitoses vai se formando um conjunto celular denominado blastocisto. O grupamento celular central deste conglomerado apresenta células com capacidade de gerar qualquer outra célula, e por isto são consideradas pluripotenciais.

A diferença essencial entre uma célula totipotencial e outra pluripotencial é o fato de que a primeira (totipotencial) poderia até originar um novo indivíduo, enquanto que a segunda (pluripotencial) não teria essa capacidade. Ambas, têm a capacidade de gerar qualquer outra célula.

Tanto as células totipotenciais como as pluripotenciais são células-tronco. Durante o desenvolvimento embrionário elas serão as células-tronco embrionárias. Por outro lado, no indivíduo adulto, as células que mantêm as características pluripotenciais são as células-tronco adultas.

Na atualidade, a identificação, a separação, o isolamento e a cultura das células-tronco já é uma realidade. Este fato permite que se possa inferir seu aproveitamento terapêutico.

Existem vários questionamentos quanto às células-tronco. Onde estariam “guardadas” no organismo adulto? Quando entrariam em funcionamento (divisão)? Que agentes poderiam ser indutores desse processo divisional? A potencialidade dessas células poderia ser aproveitada em um processo reconstrutivo?

Com finalidade meramente didática e especulativa imagine-se, por exemplo a revolução em termos médicos que os seguintes feitos poderiam desencadear: células-tronco ou células isoladas seriam implantadas em determinada área e estimuladas a iniciar sua multiplicação, reconstruindo um órgão perdido. Desta maneira, um braço, ou uma perna ou um fígado ou mesmo um coração, (pelo menos teoricamente) poderiam ser construídos. É indispensável, entretanto, a percepção de que a realidade atual é completamente diversa. Acredita-se que um longo período ainda será necessário para a concretização desses sonhos. O controle do estímulo à divisão e diferenciação dessas células ainda está longe de ser uma rotina nos laboratórios. Quanto à utilização de células-tronco adultas, ou embrionárias, várias discussões éticas poderiam ser estabelecidas.

O uso de células-tronco adultas seria definido como a retirada de um grupo de células-tronco de determinada região do organismo de um paciente e seu aproveitamento no próprio individuo. A medula óssea do individuo adulto é uma zona extremamente rica nessas células e, por isso, freqüentemente usada como fonte de células-tronco transplantadas para o mesmo indivíduo.

Quanto ao uso de células-tronco embrionárias, várias discussões podem entrar em cogitação. Nesta situação, a retirada das células é realizada em embriões com poucos dias de desenvolvimento. Esta retirada é feita na maioria das vezes com o sacrifício do embrião, o que estabelece um dilema ético. Grandes discussões têm sido realizadas sobre este dilema. Grupos religiosos, de especialistas em ética e de cientistas estão há bastante tempo discutindo de maneira mais ou menos veemente este problema. O sacrifício do embrião doador destas células totipotenciais, ou mesmo pluripotenciais, cria uma situação extremamente delicada e de difícil consenso.

Por estas razões apontadas, esta revisão do possível aproveitamento dessas células, a partir desse momento passa a ser exclusivamente direcionada ao estudo das células-tronco adultas. Como foi afirmado anteriormente, as células-tronco adultas estão distribuídas em várias regiões do organismo, e mantêm sua potencialidade reprodutiva.

Reiterando essa afirmativa: como estas células mantêm esta capacidade durante toda a vida do individuo, a qualquer momento poderiam tornar-se utilizáveis em relação à necessidade de seu aproveitamento em um determinado processo regenerativo. Na medula dos ossos longos existe um nicho de células-tronco com constância e em quantidade suficiente para aproveitamento. Por outro lado, a retirada destas células pode ser realizada com relativa facilidade por uma punção de osso ilíaco. Em laboratório estas células podem ser separadas por centrifugação, e pipetagem.

Uma vez separadas, estas células pluripotenciais são injetadas de novo no organismo. Por sua pluripotencialidade elas têm a capacidade de migrar pela corrente circulatória, e aderir em zonas onde haja a necessidade de reparação. Inicia-se então um processo regenerativo cuja magnitude está sendo clareada no momento atual.

PERSPECTIVAS DE APROVEITAMENTO CLÍNICO

Várias áreas da Medicina estão em período experimental de aproveitamento de células-tronco. Uma resenha das principais e mais consistentes experiências com o seu aproveitamento será apresentada a seguir:

Neoangiogênese

A formação de novos vasos sangüíneos a partir do uso de células-tronco está sendo cada vez mais evidenciada. Em revascularização de retalhos existem vários trabalhos pioneiros em andamento. No Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto Alegre, coordenado pela equipe da disciplina de Cirurgia Plástica da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, está aprovado pela CONEP um trabalho pioneiro de revascularização de retalhos com a utilização de células-tronco.
Cardiologia

A equipe da UFRJ desenvolve, também, trabalhos na linha de tratamento de cardiopatias, em parceria com o Hospital Pró-cardíaco, no Rio de Janeiro. Nesses estudos, foram realizados os transplantes de células-tronco adultas em 20 pacientes que aguardavam o transplante cardíaco. Do total de transplantados, 16 pacientes foram estudados por um longo prazo, demonstrando que a terapia celular trouxe consideráveis melhoras clínicas
Neurologia

Em 2002, foram apresentados resultados de experimentos em ratos adultos, com células-tronco isoladas do sistema nervoso central transplantadas, que apontaram a possibilidade de tratamentos futuros para doenças neurodegenerativas. Outras linhas de pesquisa com células-tronco também apresentam resultados promissores, entre elas a do tratamento de lesões traumáticas em que se utiliza uma injeção local de células-tronco medulares. Um estudo feito pela equipe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), conseguiu recriar impulsos elétricos entre a região lesada e o cérebro, pela aplicação de células-tronco medulares.
Ortopedia

As aplicações das células-tronco estendem-se, também, à engenharia biotecidual, que utiliza o rápido potencial de crescimento apresentado pelas células-tronco para a obtenção de tecidos, tais como ossos, pele e cartilagem, que são cultivados e reimplantados nos pacientes em casos de lesões. Este procedimento já é realizado no Hospital das Clínicas da UFRJ, pela equipe do pesquisador Radovan Borojevic. A equipe trabalha também em estudos envolvendo o tratamento de grandes lesões ósseas, as quais não têm possibilidade de regeneração espontânea. Nesses casos, são utilizadas células-tronco medulares injetadas em matrizes ósseas humanas, que permitem que as células-tronco se diferenciem em células ósseas, promovendo a regeneração do tecido lesado.
Endocrinologia

Estudos têm sido realizados em pacientes com diabete tipo 1. Essa doença é causada pela redução de disponibilidade ou perda de sensibilidade à insulina, hormônio que regula os níveis de açúcar no sangue e é secretado pelo pâncreas. A partir de células pancreáticas de órgãos doados, os pesquisadores conseguiram a maturação in vitro de células-tronco de ilhotas. Dos 38 pacientes que se submeteram ao transplante, após um ano, 33 estavam livres da terapia com insulina. São relatos isolados entretanto de extraordinária importância se for analisada a possibilidade de cura dessa doença. Fica clara a necessidade de cautela no entendimento destas extraordinárias possibilidades de uso.

INVESTIMENTOS INTERNACIONAIS EM PESQUISAS SOBRE células-tronco

Segundo Carlos Vogt, publicado em 2002 no Com Ciência, nesse ano o governo norte-americano destinou mais de 387 milhões de dólares para pesquisas com células-tronco, nas 20 instituições de pesquisa integrantes do NIH. Esse orçamento dividiu-se em pesquisas que utilizam células-tronco adultas e embrionárias de linhagens autorizadas, de humanos e de animais. O Instituto Nacional do Câncer foi o centro com maior gasto em pesquisas com células-tronco adultas, cerca de 70 milhões de dólares. O Instituto Nacional de Diabetes e de Doenças Digestivas e Renais foi o que mais utilizou recursos federais para pesquisas com células derivadas de embriões, com investimentos chegando a quase 4 milhões de dólares.

Segundo Don Ralbovsky, do escritório de comunicações do NIH, não existe um levantamento de dados sobre o investimento privado em pesquisa com células-tronco nos EUA. "Provavelmente algumas companhias estão empenhadas em reunir dados a esse respeito, mas elas não divulgam seu balanço financeiro". O orçamento do NIH para 2004 foi de US$ 27,89 bilhões. Estima-se que mais de 60% tenha sido gasto em pesquisa básica. Em comparação, no ano de 1997 as indústrias farmacêutica e de biotecnologia gastaram US$ 27 bilhões em pesquisas biomédicas. Em 1990, somente 14% do orçamento do setor foi aplicado em pesquisa básica, de acordo com relatório do Conselho Nacional de Pesquisa dos EUA.

O governo norte-americano também tem investido em pesquisas com outros tipos de células-tronco. Em 2001, juntamente com o anúncio presidencial da restrição de fundos para as pesquisas com células embrionárias, o governo destinou cerca de US$ 250 milhões para pesquisas com células-tronco adultas obtidas de cordões umbilicais, placentas e de animais. No início do ano de 2002, o presidente George Bush assinou lei destinando US$ 10 milhões para a criação do Programa para o Banco Nacional de Células-Tronco de Cordão Umbilical (National Cord Blood Stem Cell Bank Program). A decisão beneficiou diretamente a empresa ThermoGenesis Corp., que desenvolveu a tecnologia para processamento, conservação, estocagem e coleta de células-tronco derivadas de placentas e cordões umbilicais. A quantia inicial foi utilizada para a criação de unidades de bancos com esse tipo de células-tronco em todo o país. Estima-se que sejam gastos cerca de US$ 150 milhões para a criação de 150 mil dessas unidades.

PROJEÇÕES FUTURAS

No Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto Alegre, coordenado pela equipe da disciplina de Cirurgia Plástica da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, foi criado um projeto de estudos continuados sobre células-tronco. Denominado GESC (Grupo de Estudos Stem Cells), o grupo tem uma periodicidade quinzenal de reuniões, onde são realizados seminários sobre o assunto. A presença da pesquisadora e internacionalmente conhecida profª dra Nance Nardi, como integrante e orientadora do grupo, tem permitido importante evolução do conhecimento na área. Os planos incluem um centro de pesquisa clínica e de difusão do conhecimento sobre células-tronco.

Fonte:
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?602
 

Carlos Terra | meu contato