De acordo com o professor de Patologia da USP, Paulo Saldiva, a exposição aos gases tóxicos agride principalmente os sistemas respiratório e cardiovascular, podendo aumentar a incidência de problemas do coração, como infarto e angina. "Para quem fuma, não faz tanta diferença, mas para o não-fumante cria condições para o desenvolvimento de várias doenças, entre elas as do coração", revela o especialista.
Os estudos da USP, assim como pesquisas recentes realizadas nos Estados Unidos, indicam que o risco de infarto cresce 75% em uma cidade como São Paulo, comparada com uma cidade de ar limpo. E esse índice multiplicado por 16 milhões de habitantes representa centenas de mortes que poderiam ser evitadas.
Por isso, Paulo Saldiva defende uma política urbana mais adequada. "Precisamos olhar o problema de frente e buscar saídas imediatas para reduzir a emissão de poluentes", alerta. "As chances de ocorrer um infarto em meio a um congestionamento crescem em duas vezes e meia", acrescentou o professor.
Fonte: XXIX Congresso Socesp